Apesar do apoio militar e da propaganda, a vitória dos EUA sobre a Rússia não está garantida

Trad. Alan Dantas

Os EUA forçaram vários países da Europa, África e mesmo do Oriente Médio (Iraque e Egito) a entregar as armas soviéticas em seus armazéns para serem enviadas à Ucrânia em troca de promessas de substituí-las por armas ocidentais. Após as dezenas de estoques de armas soviéticas dos países do leste europeu estarem quase esgotados, os EUA e a Europa começaram a fornecer à Ucrânia armas ocidentais e equipes de treinamento. Isso requer mais do que um curso intensivo, sendo difícil de entregar a um número adequado de oficiais ucranianos as peças de reposição e munição necessárias. Estas estão começando a fluir para o campo de batalha. Ao mesmo tempo, a Rússia começou a visar as linhas de transporte (ferrovias) e depósitos de armas ocidentais e suas rotas de abastecimento, consideradas pelo Kremlin como um “alvo legítimo”. 

Estas persistentes investidas ocidentais no campo de batalha ucraniano e as mais duras sanções impostas à Rússia visam enfraquecer a Rússia e dar uma poderosa lição à Rússia e à China de não pensar em desafiar o unilateralismo dos EUA. Isto só funcionará se a Rússia não conseguir atingir seus objetivos, o que parece improvável.

O último objetivo evidente da liderança dos EUA é revelar a criação, no coração da Alemanha, de uma sala de operações militares conjunta composta por 40 países para planejar e apoiar a guerra contra a Rússia. O primeiro objetivo parece forçar a mão hesitante de Berlim, que está tentando não ser totalmente atraída para todos os desejos beligerantes dos EUA e manter a linha de comércio e as relações de gás com Moscou. O segundo objetivo é reforçar uma mensagem mundial de que a batalha em curso na Ucrânia não é apenas uma luta EUA-Rússia ou uma guerra por procuração, mas que muitos países ocidentais estão envolvidos. E por último, mas não menos importante, reunir todo o pessoal militar em uma única sala, unir a eficácia de seus respectivos exércitos e coordenar o esforço militar para infligir os danos mais significativos possíveis à Rússia. No final das contas, estes países envolvidos estão sem dúvida sob a influência dos EUA e não podem se opor a Washington ou impedir a Rússia de atingir seus objetivos. É lógico, porém, que estes oficiais dos exércitos conjuntos conseguiram atrasar as tropas russas, o que será uma mudança significativa, já que Moscou nunca anunciou um cronograma específico para terminar sua atividade militar na Ucrânia.

Na verdade, nenhum dos países participantes ao lado americano – exceto a Grã-Bretanha e a Europa Oriental – quer se envolver profundamente, especialmente a Europa Ocidental. A França (ocupada com suas eleições) e a Alemanha (incapaz de sustentar sua economia sem o gás da Rússia) estão cientes de onde residem os interesses da Europa nas relações com a Rússia, com a qual uma relação sólida – não a aliança ou parceria que sempre foi contestada pelos EUA – foi construída nos últimos vinte anos. É pouco provável que hoje se confirme se é tarde demais para restabelecer os laços europeus-russos até que todas as operações militares parem na Ucrânia ou se a eleição de um novo presidente americano pode contradizer as políticas impostas pelo presidente americano Joe Biden.

O Secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin anunciou que seu país “continuará a mover o céu e a terra” para derrotar a Rússia na Ucrânia. Este anúncio foi feito a partir da base alemã “Ramstein”, operada pelas forças norte-americanas ali estacionadas, que possui dezenas de bombas nucleares dirigidas à Rússia e onde está estabelecida a nova sala operacional militar para a Ucrânia. O Ocidente está dando o melhor de si na esperança de derrotar a Rússia. Se Moscou vencer esta guerra, vai parecer que os soldados russos derrotaram a maior coalizão ocidental em um campo de batalha.

O Ocidente está fazendo o seu melhor para manter a Rússia o máximo de tempo possível na Ucrânia. De fato, os EUA forneceram à Ucrânia armas no valor de 3,7 bilhões de dólares, a França com 100 milhões de dólares, e a Alemanha com 120 milhões de dólares, assim como vários países. Todos os serviços de inteligência ocidentais apoiam a Ucrânia. Recebeu tanques, LLAWs britânicos, mísseis guiados a laser franceses e Javelin americanos, drones suicidas americanos, mísseis anti-navio britânicos e americanos, veículos blindados Gabbart alemães, e sistemas antiaéreos de vários países que interferem.

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