
Elijah J. Magnier
Trad. Alan Dantas
O Presidente Vladimir Putin anunciou o início da operação militar (às 04h30, horário local) no Donbass, região que a Rússia havia reconhecido na última segunda-feira como independente da Ucrânia. Os militares russos lançaram mais de 100 mísseis guiados e entraram no local, enquanto mísseis de precisão atingiram os centros de comando e controle ucranianos em muitas partes do país e neutralizaram a força aérea ucraniana. Entretanto, não é uma guerra para ocupar todos os territórios ucranianos, não obstante o controle russo de um aeroporto militar próximo à capital Kiev, que poderia ser o próximo alvo. Ao invés disso, trata-se de uma dissuasão russa para a Europa e os EUA, impondo linhas vermelhas e chamando para negociações sob fogo. As forças russas podem ir além da região de Donbass e derrubar o atual governo pró-ocidental de Kiev. Bilhões de dólares de armas que vários Estados membros influentes da OTAN enviadas para Kiev estão caindo nas mãos da Rússia. Quem se beneficia (Cui Bono) com esta guerra?
Apesar das repetidas advertências de Putin de que a adesão da Ucrânia à OTAN ameaça a segurança nacional da Rússia, a diplomacia europeia não conseguiu alterar a decisão dos EUA. Desafiou a Rússia, recusando-se a oferecer a garantia necessária para diminuir a tensão. Em vez disso, os EUA e seus parceiros europeus e outros enviaram centenas de toneladas de armas no valor de bilhões de dólares para a Ucrânia, o que, naturalmente, só pode ser um desafio para a Rússia e um convite à guerra. O presidente russo aceitou o convite e iniciou uma grande operação militar, a partir do Donbass, o que não é mais do que uma mensagem sólida para a Europa para que leve a sério suas preocupações de segurança no futuro, principalmente na Geórgia e na Ucrânia.
Sem surpresas, funcionários europeus e americanos denunciaram a operação russa na Ucrânia, entre outros. Entretanto, até agora, todos os líderes ocidentais deixaram claro que não estariam diretamente envolvidos em uma guerra que avança muito rapidamente em território ucraniano. Putin parece estar procurando uma guerra “limpa e rápida” para impor seu controle sobre a capital ou seus arredores e assumir o controle de posições militares vitais para que possa sair tão rápido quanto chegou. Uma vez que ele tenha provado sua vontade e poder, nenhum outro governo ou país próximo ousará enfrentar Moscou e aderir à OTAN ou ficar sob ordens ocidentais enquanto as forças russas partirem rapidamente e evitarem um pântano e uma guerra de resistência na Ucrânia.
Apesar das ameaças ocidentais, a Ucrânia enfrentou o avanço russo por conta própria quando os atacantes entraram de vários lados e eixos: desde o nordeste em Kharkiv, Mariupol no leste até Kherson, no sudeste no Mar Negro ao norte da Crimeia. As forças russas usaram o território Bielorusso para avançar para a Ucrânia como outra frente próxima à capital Kiev para encontrar as tropas do Donbass e isolar os soldados ucranianos no meio. As forças russas avançaram em um corredor aberto no centro de Donbass, alcançando uma profundidade de 35 quilômetros a dentro nas primeiras horas. A velocidade de movimento das forças em avanço, com os jatos russos e mísseis guiados destruindo a maior parte do radar ucraniano e os centros de comando e controle, criou uma oportunidade para que a Rússia se movesse rapidamente em direção à capital.
O objetivo da Rússia na condução da batalha era paralisar a força militar antes de se envolver em uma luta e criar caos e confusão entre os oficiais e as forças de segurança. A Rússia bombardeou a maioria das instalações militares críticas do exército e da inteligência ucraniana, que começaram a queimar documentos fora de seu prédio, indicando que Kiev não está longe de capitular.
O presidente russo não se sentará à mesa de negociações porque a voz das armas é mais alta do que tudo, exceto quando a batalha tiver alcançado seus objetivos. O objetivo é que o Ocidente seja convencido da determinação da Rússia em alcançar a segurança e sua determinação em atender seus pedidos rejeitados em relação à expansão da OTAN nos países da ex-União Soviética, repudiando o acordo verbal estipulado em 1990 por anteriores presidentes dos EUA a seus homólogos russos. Quem é o vencedor, e quem é o perdedor nesta luta?
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